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Histórias de um festival de patch e quilt, direto do Uruguai

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O GP tem uma conexão especial na Argentina. É Cibele Barzaghi, autora do blog Oo Pio da Coruja. A crafter brasileira vive em Buenos Aires há alguns anos e sempre que pode manda notícias de lá. Desta vez, Cibele narra sua experiência em um festival de patchwork e quilting no Uruguai. Ela encontrou outras brasileiras por lá e conheceu uma artesã com uma história inspiradora.

 

 

“Participei como professora do II Festival Patchwork y Quilting, realizado em junho em Montevidéu, capital do Uruguai. Graciela Aznarez, organizadora do evento, foi quem me convidou para participar do festival.

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

Graciela Aznarez, organizadora do evento craft no Uruguai

 

 

Ela também é professora no café Costura Uruguai, que tem propostas interessantes, aulas criativas para crianças e classes abertas. São as alunas que fazem os próprios horários, e sempre há um professor disponível para uma oficina ou um projeto de última hora.

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

Oficinas lotadas, professora feliz

 

 

Ofereci duas oficinas de costura diferentes: bonecas Tilda e bonecos Doudous para crianças. A classe esteve repleta e eu, feliz. O festival foi tão cheio de novidades que decidi ficar na cidade mais um dia, para conversar com as professoras e conhecer as várias técnicas apresentadas no evento.

 

A primeira professora que visitei foi a Ranae Merril, convidada da marca Bernina. Ela foi ao festival ensinar uma técnica chamada “paper piecing”. Muito interessante. Um desenho desestruturado em uma folha A4 é pintado com várias cores e, depois, dois espelhos são colocados em forma de triângulo bem no meio do papel, o que faz “aparecer” uma mandala que será costurada em tecido. É necessário escolher bem os tecidos para que a mandala fique harmoniosa.

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

Ranae ajuda as alunas a encontrar as melhores estampas

 

 

Teresita Leal é argentina, conhecida de outro festival que participei em Buenos Aires. Ela ensinou técnicas básicas de patchwork. O projeto era para uma almofada de retalhos. Teresita também vendia alguns tecidos importados fofíssimos.

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

Teresita Leal ensinou técnicas básicas de patch

 

 

Já Graciela Ferrari apresentou às participantes a “máquina afieltradora”, que faz feltragem de lã merino, técnica bastante comum na Argentina e Uruguai. Ela fez uma demonstração e eu fiquei com vontade de feltrar. Era bem divertido e o resultado é bonito. Graciela também expôs um trabalho realizado por ela em quilt.

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

Graciela e a máquina afieltradora

 

 

Tive o prazer de visitar a exposição montada durante o evento. A brasileira Doris Sueli Teixeira, artista de Ouro Preto, em Minas Gerais, apresentou esse trabalho lindo.

 

Trabalho da brasileira Doris Sueli Teixeira em exposição em Montevidéu

Trabalho de Doris em exposição em Montevidéu

 

 

E agora uma história que não poderia deixar de contar.

 

A última professora que visitei foi Cecilia Koppmann, também da Argentina. As alunas aprenderam com ela uma técnica chamada “colage”. São retalhos colocados sobre um tecido e depois tudo é costurado com um tule por cima, com pontos de quilt. Cecilia foi muito simpática e me convidou a voltar no fim da aula.

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

Alunas de Cecilia em ação

 

 

Ela então me mostrou o seu primeiro trabalho: uma colcha com 37 quadrados com o título “Rayos y Centellas”. Representa os 37 dias de sessões de radioterapia a que ela foi submetida tempos atrás. Ela me disse: “resolvi que não ficaria sentada esperando para ser atendida, então me propus a começar um bordado em cada dia que esperava pelo início do tratamento e a proposta seria parar assim que fosse chamada, então tem quadrados que não concluí”. 

 

Foto: Cecilia Koppmann/Divulgação

Detalhe do projeto ‘Rayos y Centellas’

 

 

Todos os 37 quadrados fazem parte da linda colcha, mesmo os não concluídos, ou os que fazem parte dos dias em que o tratamento foi cancelado por algum motivo.

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

 

 

Esta foi a primeira viagem para o Uruguai. Como sempre acontece em eventos crafts, conheci ótimas pessoas, alunas com as quais aprendi muito também, amigas que fiz. Para completar, tive o prazer de ver de perto um trabalho tão lindo como o de Cecilia, que conseguiu transformar o câncer de mama, uma doença tão difícil para tantas mulheres, em um trabalho tão belo e feminino (veja mais aqui).

 

 

Foto: Cecilia Koppmann/Divulgação

A crafter argentina Cecilia Koppmann

 

 

Obrigada a todas as amigas e alunas queridas de Montevidéu, e um agradecimento especial a Graciela Aznarez, que me recebeu com muito carinho. Mais uma vez, também agradeço ao Garota Prendada por compartilhar a minha história. Beijos a todas!”

 

Foto: Cibele Barzaghi para Garota Prendada

Cibele Barzaghi, crafter brasileira que mora na Argentina, contou ao GP sobre festival de patch e quilt no Uruguai

 

 

 


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